“Minha Casa, Minha Vida” agora é também para a classe média: conheça os detalhes da nova Faixa 4

O sonho da casa própria acaba de ficar mais perto para milhares de brasileiros. A partir de maio, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) dá um passo importante para ampliar seu alcance com a criação da Faixa 4, voltada especialmente para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil — um público que, até então, enfrentava dificuldades para financiar imóveis com boas condições no mercado tradicional.

A medida foi aprovada pelo Conselho Curador do FGTS na última terça-feira (15) e deve movimentar o mercado imobiliário nos próximos meses.

O que é a Faixa 4?

A nova faixa permite o financiamento de imóveis novos e usados com valor de até R$ 500 mil, com juros fixos de 10,5% ao ano e pagamento em até 420 parcelas mensais — ou seja, 35 anos. Essa taxa é inferior à média do mercado atual, que gira entre 11,5% e 12% ao ano, tornando a modalidade mais acessível.

Segundo os ministérios das Cidades e do Trabalho e Emprego, até 120 mil famílias devem ser beneficiadas ainda este ano. A meta é ousada: atingir 3 milhões de unidades habitacionais financiadas até 2026, somando todas as faixas do programa.

De onde vem o dinheiro?

A Faixa 4 contará com um volume expressivo de investimentos, totalizando R$ 30 bilhões. Esses recursos serão divididos em:

  • R$ 15 bilhões provenientes dos lucros anuais do FGTS, vindos de aplicações e retornos de financiamentos;
  • R$ 15 bilhões de fontes privadas, como a caderneta de poupança (SBPE) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

Importante: Como o financiamento será feito com os lucros do FGTS e não com os depósitos individuais dos trabalhadores, até quem não tem saldo no fundo poderá financiar seu imóvel pela Faixa 4.

Quem pode se beneficiar?

A Faixa 4 é destinada a quem está comprando o primeiro imóvel e pode comprovar renda familiar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil por mês. No entanto, há algumas condições:

  • Financiamento de até 80% do valor do imóvel — o restante deverá ser pago como entrada;
  • O imóvel deve ser o primeiro da família;
  • O financiamento segue as regras do FGTS, mesmo que o mutuário não tenha cotas no fundo.

Sim, imóveis usados também poderão ser financiados, o que representa um diferencial importante para esse público.

O que muda nas outras faixas?

Além da criação da Faixa 4, o governo também atualizou os limites das demais categorias do programa. Veja como ficou:

Novas faixas do MCMV:

  • Faixa 1: até R$ 2.850/mês – subsídio de até 95% do valor do imóvel;
  • Faixa 2: de R$ 2.850,01 a R$ 4.700/mês – subsídio de até R$ 55 mil;
  • Faixa 3: de R$ 4.700,01 a R$ 8.600/mês – sem subsídio, mas com juros menores;
  • Faixa 4: de R$ 8 mil a R$ 12 mil/mês – financiamento de até R$ 500 mil, com juros de 10,5% ao ano.

Outra novidade: famílias das faixas 1 e 2 agora podem financiar imóveis com valor de até R$ 350 mil, o teto antes exclusivo da Faixa 3. Porém, essas operações seguem as condições de financiamento da Faixa 3, sem os subsídios anteriores e com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano.

O que esperar?

Com a chegada da Faixa 4, o Minha Casa, Minha Vida se consolida como um programa mais amplo e inclusivo, agora também voltado à classe média. É uma chance real para famílias que antes não tinham acesso a boas condições de crédito, saírem do aluguel e conquistarem o tão sonhado lar.